ARTCULO ORIGINAL
Anlise da capacidade de autocuidado para higiene de pessoas com leso medular
Analysis of self-care ability to care of people with spinal cord injury
El anlisis de la capacidad de autocuidado a la atencin de las personas con lesin de la mdula espinal
Rudhere Judson Fernandes,I Rejane Maria Menezes,I Dndara Nayara Dantas,I Anne Karoline Arajo,I Alexsandro Silva Coura,II Bertha Cruz Enders I
I Universidade
Federal do Rio Grande do Norte. Porto Alegre, Brasil.
II
Universidade Estadual da Paraba. Brasil.
RESUMO
Introduo:
a leso medular considerada hoje um problema de sade pblica no pas.
Objetivo:
analisar a capacidade de autocuidado de pessoas com leso medular quanto higiene.
Mtodos:
estudo descritivo, com abordagem quantitativa, realizado com 22 indivduos com
leso medular adscritos em 16 servios de sade entre unidades bsicas de sade
e unidades de sade da famlia de Natal, Rio Grande do Norte. Utilizou-se como
instrumento de coleta de dados uma entrevista estruturada por meio da aplicao
de um formulrio denominado INCEVDOP-LM durante a visita domiciliar. A anlise
dos dados se deu por meio da epidemiologia descritiva.
Resultados:
prevaleceram homens (81,8 %), paraplgicos (90,9 %), no brancos (72,7 %),
com credo religioso (86,4 %) e escolaridade =10 anos (52,4 %). A maioria dos
participantes foi classificada em total independncia para realizao das atividades
referentes higiene, com exceo da limpeza do ambiente, que mostrou total
dependncia.
Concluso:
os resultados podem ser explicados pelas limitaes impostas pela paraplegia,
o que indica a importncia da promoo de estratgias, pela enfermagem, visando
melhora do autocuidado e independncia desses indivduos.
Palavras chave: traumatismos da medula espinal; autocuidado; higiene; enfermagem.
RESUMEN
Introduccin:
la lesin medular es ahora considerada un problema de salud pblica en el pas.
Objetivo:
analizar la capacidad de autocuidado de las personas con lesin de la mdula
espinal y la higiene.
Mtodos:
estudio descriptivo, con abordaje cuantitativo, realizado con 22 sujetos con
lesin de la mdula espinal adscritos en la salud entre 16 unidades bsicas
de salud y unidades de salud de servicios familiares de Navidad, Rio Grande
do Norte. Se utiliz como instrumento de recoleccin de datos de una entrevista
estructurada a travs de la aplicacin de un formulario denominado INCEVDOP-LM
durante las visitas domiciliarias. El anlisis de datos se realiza a travs
de la epidemiologa descriptiva.
Resultados:
los hombres predominaron (81,8 %), paraplejia (90,9 %), no blanca (72,7 %),
con las creencias religiosas (86,4 %) y = 10 aos de educacin (52,4 %). La
mayora de los participantes fueron clasificados con plena independencia para
llevar a cabo las actividades relacionadas con la higiene, con la excepcin
de la limpieza del medio ambiente, que mostr una dependencia total.
Conclusin:
los resultados pueden explicarse por las limitaciones impuestas por la paraplejia,
lo que indica la importancia de la promocin de estrategias para la enfermera,
con el objetivo de mejorar el autocuidado y la independencia de los individuos.
Palabras clave: lesiones de la mdula espinal; autocuidado; la higiene; enfermera.
ABSTRACT
Introduction:
Spinal cord injury is now considered a public health problem in the country.
Objective:
To analyze the self-care ability of people with spinal cord injury and hygiene.
Methods:
A descriptive study with a quantitative approach, conducted with 22 subjects
with spinal cord injury ascribed in 16 health among basic health units and health
units Christmas family service, Rio Grande do Norte. Was used as data collection
instrument a structured interview through the application of a form called INCEVDOP-LM
during home visits. Data analysis was done through descriptive epidemiology.
Results:
Men prevailed (81.8 %), paraplegia (90.9 %), non-white (72.7 %), with religious
beliefs (86.4 %) and education =10 years (52.4 %). Most of the participants
were classified in full independence to carry out the activities related to
hygiene, with the exception of environmental cleanliness, which showed total
dependence.
Conclusion:
The results can be explained by the limitations imposed by paraplegia, which
indicates the importance of promoting strategies for nursing, aiming improvement
of self-care and independence of individuals.
Keywords: spinal cord injuries; self-care; hygiene; nursing.
INTRODUO
A leso medular (LM) considerada hoje um problema de sade pblica no pas. No Brasil, existem mais de 130 mil pessoas com LM, seja ela parcial ou total, e esse nmero deve-se ao fato de que, anualmente, h um aumento na incidncia de acidentes automobilsticos, violncia urbana, que so fatores associadas ocorrncia da LM.1,2
Esta leso neurolgica causa dficits motores e sensitivos abaixo da leso, modificaes fsicas e socioculturais, alm de desestruturao psicolgica. Isto resulta em incapacidades psicolgicas e funcionaise ocasiona consequncias que afetaro a vida do doente e de seus familiares.3,4
Nesse sentido, essas incapacidades afetaro a qualidade de vida (QV) do doente, fazendo-se importante o processo de reabilitao. J que, possivelmente, esses indivduos apresentaro dficits na capacidade de desenvolvimento das aes de autocuidado. E, em muitos casos, necessitaro de ajuda para realizao das atividades da vida diria (AVD), principalmente no primeiro ano de LM.5
Estudos evidenciam que as atividades de higiene esto entre as mais afetadas depois que o paciente sofre a LM. So atividades que envolvem a limpeza do prprio corpo e da cavidade oral, bem como a prpria limpeza do ambiente em si. Isso ressalta a importncia de estudos na temtica.6
Um indivduo que possivelmente apresente dficits de autocuidado, ser exigido dele o desenvolvimento de um conjunto de habilidades para a realizao das atividades, tornando-se ele um alvo para os cuidados da enfermagem, que estar atuando na prestao da assistncia de forma holstica a esse indivduo.7 Ento, torna-se pertinente enfermagem proporcionar uma assistncia adequada almejando a melhora na capacidade de autocuidado desse indivduo.
Deste modo, cabe ao enfermeiro, como lder da equipe e prestador da assistncia ao doente, o papel de promotor desse autocuidado, especialmente no que diz respeito verificao da capacidade do doente quanto ao autocuidado no domiclio bem como estimular ele a desenvolver uma boa capacidade de realizao desse autocuidado.8,9
Dessa forma questionou-se: Qual a capacidade de autocuidado das pessoas com leso medular para a higiene?
Utiliza-se como referencial terico norteador deste estudo, a teoria do autocuidado, teoria do dficit de autocuidado e a teoria dos sistemas de enfermagem.10 De acordo com Orem, o autocuidado foi definido como "a prtica de atividades executadas pelo indivduo a fim de manter sua sade e seu bem-estar".10 Diferentemente da capacidade de autocuidado, pois definida como a capacidade que o indivduo tem de realizar suas aes de autocuidado, avaliada no estudo, atravs de sua dependncia para realizar as atividades.11
Objetiva-se com o estudo analisar a capacidade de autocuidado de pessoas com leso medular quanto higiene.
MTODOS
Trata-se de um estudo descritivo, transversal, com abordagem quantitativa, realizado no municpio de Natal, Rio Grande do Norte (RN), Brasil, no perodo de dezembro de 2013 a junho de 2014, em 16 servios de sade incluindo Unidades Bsicas de Sade (UBS) e Unidades de Sade da Famlia (USF) cadastradas pela Secretaria Municipal de Sade.
A populao do estudo, composta por 73 indivduos com LM que residiam nas reas adscritas das Unidades de Sade de Natal, foi identificada em estudo desenvolvido previamente em 2012. Aps alguns desses indivduos terem sido perdidos por mudana, falecimento e no localizao, e devido residirem em reas no cobertas pela Estratgia de Sade da Famlia (ESF), a amostra utilizada no estudo comps-se de 22 indivduos com LM.
A amostra constitui 30 % da populao e faz parte de um estudo maior que avalia um instrumento para identificar a capacidade de aes de autocuidado e classificar o nvel de dependncia do individuo nessas atividades. Os 22 indivduos foram localizados como acessveis, atenderam aos critrios de eligibilidade e foram convidados a participarem do estudo.
Os critrios de incluso foram: ter 18 anos ou mais, possuir LM total ou parcial, residir na cidade de Natal/RN e estar adscrito em alguma Unidade de ESF. Foram excludos os indivduos em processo de hospitalizao.
Utilizou-se o Instrumento para Consulta de Enfermagem na Visita Domiciliar s pessoas com LM (INCEVDOP-LM) como instrumento de coleta de dados, validado quanto ao seu contedo.12 Este instrumento composto por cinco partes: acolhimento, identificao, requisitos de autocuidado de desenvolvimento, requisitos de autocuidado universais, e, por fim, requisitos de autocuidado nos desvios da sade. Salienta-se que est sendo realizado um estudo quanto validao desse instrumento na prtica clnica, analisando a sua viabilidade de ser aplicado e utilizado por enfermeiros da Ateno Primria Sade (APS) durante a visita domiciliar ao paciente com LM.
O instrumento foi aplicado pelos enfermeiros das Unidades de Sade com o indivduo com LM durante uma consulta de enfermagem realizada em uma visita domiciliar ou na prpria Unidade. Estas consultas foram previamente agendadas em datas e locais mais adequados para ambos. Salienta-se que para a aplicao do instrumento, os enfermeiros receberam um treinamento prvio, com durao de quatro horas aproximadamente, com a apresentao da fisiopatologia da LM, funo do enfermeiro como promotores do autocuidado na reabilitao desses indivduos e forma de utilizao do INCEVDOP-LM.
Dentre os dados coletados, as informaes sobre o domnio higiene foram: capacidade para tomar banho; capacidade para lavar-se; capacidade para arrumar-se; capacidade para alterar os hbitos de higiene; e capacidade para manter o ambiente limpo. E, alguns itens das facetas do domnio eliminao (capacidade de evacuar e capacidade de micco), foram analisados por serem itens indispensveis para a avaliao da capacidade de autocuidado do indivduo quanto higiene.
Os dados foram tabulados por meio do pacote estatstico StatisticalPackage for the Social Sciences (SPSS), base para Windows e verso 20.0, e analisados usando epidemiologia escritiva.
O projeto matricial foi aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (CEP-UFRN), sob CAAE n. 0243.0.051.000-11 e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq). Foi desenvolvido em concordncia com as determinaes da Resoluo n 466/2012 do Conselho Nacional de Sade (CNS) que define as diretrizes e normas que regem a pesquisa envolvendo seres humanos. Todos os participantes assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) para participar da pesquisa.
RESULTADOS
No presente estudo, a amostra foi constituda em sua maioria, por homens (81,8 %), com algum credo religioso (86,4 %),com escolaridade =10 anos de estudo (52,4 %), e de raa no branca (72,7 %).Com relao a terem ou no companheiros, o estudo mostrou que houve uma igualdade no nmero de participantes com companheiro(a) (50 %) e sem companheiro (50 %). Quanto ao nvel da leso, a maioria dos indivduos eram paraplgicos (90,9 %) e os tetraplgicos representavam (9,1 %).
A capacidade de autocuidado do doente com LM para desenvolver as atividades de higiene, com base no nvel de dependncia, est apresentada na Tabela 1.
Conforme observado na Tabela 1, os indivduos com LM possuem, na maioria das vezes, total independncia para realizar as atividades de higiene corporal, mas no so menos independentes para a realizao de aes que envolvem a higiene da parte inferior do corpo, como lavar os ps (13,6 %) e calar e retirar os sapatos (14,3 %) e aes envolvidas na higiene do ambiente, como limpar os cmodos coletivos do domiclio (38,1 %).
Quanto ao item "no consegue obter ajuda profissional para o acompanhamento na mudana de hbitos de higiene", o qual no foi descrito na Tabela 1, a maioria dos participantes disseram "nunca" no conseguirem essa ajuda (77,3 %; n=17), enquanto o restante dos indivduos responderam "sempre" ou "s vezes" terem essa ajuda (9,1 %; n=2) ou "raramente" terem essa ajuda (4,5 %; n=1).
Com relao s atividades do domnio eliminao, as quais no foram descritas na tabela acima, obteve-se que 90,9 % (n=20) no precisavam de ajuda para realizar a sua higiene aps a evacuao enquanto 4,5 % (n=1) necessitavam de ajuda. Destaca-se ainda que, com relao capacidade de autocuidado do paciente com LM para mico, 86,4 % (n=19) dos pacientes nunca precisavam de ajuda para realizar a sua higiene aps a mico, 9,1 % (n=2) sempre precisavam de ajuda, e 4,5 % (n=1) s vezes precisava dessa ajuda.
DISCUSSO
No presente estudo, prevaleceram indivduos do sexo masculino, assim como traz um estudo realizado em Hospital de Emergncias Clnicas e Cirrgicas, do Rio de Janeiro (RJ), onde 90 % eram do sexo masculino, e outro realizado em um Centro de Reabilitao do Nordeste, com prevalncia de indivduos homens,13-14 e paraplgicos, que confronta com os resultados de um estudo realizado em Braslia onde a maior parte dos participantes eram tetraplgicos, e isso pode estar relacionado ao risco de exposio aos possveis agentes causadores da LM, como violncia, acidentes de trnsito, entre outros.15
Com relao presena de credo religioso e escolaridade, prevaleceram indivduos com algum credo religioso e com escolaridade = 10 anos de estudo, alm de serem indivduos de raa no branca e sem companheiros(as). Tais achados convergem com o que se encontra na literatura, sendo o Brasil um pas predominantemente catlico e multirracial, com prevalncia de no-brancos.11
Apesar de ir ao encontro com os estudos da literatura,16 a presena de indivduos sem companheiro um fator preocupante, principalmente do ponto de vista da incapacidade funcional do paciente que poder impossibilitar a busca por ajuda levando a algum dficit de autocuidado. Sendo o enfermeiro um promotor do autocuidado, de competncia dele trabalhar a promoo em sade dentro da famlia, desde a educao do companheiro(a) do paciente at ao prprio paciente, estimulando a realizao do autocuidado por parte dele.
Com relao capacidade de autocuidado dos indivduos com LM, viu-se que ao analisar a capacidade de autocuidado para tomar banho, todas as variveis tiveram uma predominncia de pacientes que tinham uma independncia total para sua realizao, apesar das limitaes encontradas, principalmente no que diz respeito mobilizao em cadeiras de rodas para deslocar-se at o banheiro.
Esses resultados corroboram com um estudo realizadonas Unidades Bsicas de Sade da Famlia de Campina Grande que refere que 91 % dos pacientes com LM demonstraram boa capacidade para transferir-se para cadeira de rodas, 83 % com boa capacidade para banho e 72 % com boa capacidade de movimentar-se em cadeira de rodas.17 A desenvoltura dessa capacidade pode estar relacionada ao grau de leso do paciente.
Em se tratando da capacidade de autocuidado para lavar-se, o estudo evidenciou que em todas as atividades os indivduos demonstraram uma boa independncia, como a necessidade de ajuda para escovar os dentes. Pressupe-se que a capacidade de independncia, nesse aspecto, pode ter relao com o nvel de exigncia de esforo fsico e de movimentao do paciente.
Esses resultados evidenciam a importncia da assistncia de enfermagem quanto higiene oral, visto que, por mais que a maioria dos indivduos apresentem independncia, a boa capacidade para o autocuidado quanto higiene oral constitui um resultado esperado da assistncia de enfermagem, que permite avaliar a evoluo do pacientedurante seu processo de reabilitao e autocuidado.18
Quando o indivduo adquire a LM, os membros inferiores so os que ficaro mais comprometidos, tanto da parte fsica-motora, quanto da parte sensorial,19 e uma das implicaes disso diz respeito a capacidade de autocuidado para arrumar-se, uma vez que o indivduo ter dificuldades na realizao de movimentos para vestir ou retirar sua roupa.
O estudo evidenciou que, mesmo frente a essas dificuldades, os indivduos mostraram, em sua maioria, total independncia na realizao das atividades para arrumar-se, principalmente no que diz respeito s atividades que envolviam os membros superiores, como traz alguns estudos.20 Vale salientar que grande partedos indivduos do estudo eram paraplgicos, ou seja, conseguiam realizar movimentos com a parte superior do corpo, que pode ser uma explicao para esse achado.
J as atividades que exigiam auxlio dos membros inferiores, como cortar as unhas (a qual se aplica mos e ps), eles tiveram mais dificuldade do que as atividades anteriormente citadas, mas mesmo assim demonstraram total independncia em sua maioria.
Quanto capacidade de autocuidado para alterar os hbitos de higiene, prevaleceram indivduos que tinham total independncia e que conseguiam obter ajuda profissional, caso necessrio. Isso pode estar relacionado com a capacidade de enfrentamento da doena, que pode levar o indivduo a mudar seus hbitos de vida, a fim de ter uma disposio melhorada para a realizao de seu autocuidado. Isso vai ao encontro com estudos que mostram a boa capacidade para o autocuidado de indivduos com LM.21
Com relao capacidade de autocuidado para manter o ambiente limpo, observou-se que apenas com relao limpeza dos cmodos da casa que os indivduos, em sua maioria, demonstraram total dependncia. Mesmo assim, o estudo evidenciou que os demais itens dessa faceta apresentaram um nmero significativo de indivduos que tinham total dependncia para realizao de determinadas atividades no ambiente.
Observou-se, ento, que os resultados deste estudo podem estar diretamente relacionados com a situao clnica do paciente, bem como a forma que o ambiente em que ele vive est estruturado, como refere um estudo realizado em um Hospital Geral de Fortaleza, mostrando que subir escadas um ponto onde os indivduos demonstram uma incapacidade fsica para desenvolver, que pode ser um dos obstculos encontrados no domiclio para a no realizao da limpeza do ambiente.20 Alm disso, vemos tambm a questo cultural, onde usualmente essas atividades so desempenadas por pessoas do sexo feminino, e o estudo evidenciou prevalncia de indivduos do sexo masculino.
E, no que diz respeito capacidade de evacuao e mico, a maioria dos indivduos apresentaram total independncia para realizar as atividades, apesar de estudos trazerem que os indivduos portadores de LM apresentam limitaes nas atividades que envolvem o sistema digestivo e urinrio, como por exemplo, a bexiga neurognica e o intestino neurognico.4,22 Mesmo com resultado positivo, esperado que o enfermeiro estimule o autocuidado do paciente e trabalhe a promoo e preveno de complicaes a nvel desses domnios com a execuo correta das tcnicas utilizadas por esses indivduos para realizar a higiene ntima.
Em concluso, verificou-se que na maior parte das atividades de higiene (do domnio higiene e evacuao), os indivduos apresentaram uma boa capacidade para o autocuidado, demonstrando leve dependncia ou total independncia na realizao dessas atividades. Mas, nas atividades de limpeza do ambiente, os indivduos mostraram um dficit na capacidade de autocuidado, demonstrando total, substancial ou moderada dependncia na realizao delas. Presume-se, ento, a associao desses resultados com fatores ambientais, limitaes fsicas, capacidade de enfrentamento da doena, dentre outros fatores.
H de se considerar, tambm, que os resultados podem ser explicados pelas limitaes impostas pela paraplegia, ou seja, pela capacidade de mobilizao dos membros superiores para realizar as atividades de higiene pessoal e a imobilidade dos membros inferiores que inviabiliza as atividades de limpeza do ambiente.
Assim, o estudo da capacidade do autocuidado possibilita o enfermeiro enxergar as necessidades humanas de autocuidado e de dependncia do doente, alm de direcion-lo a sistematizar as suas aes levando a uma melhora na implementao destas, promovendo sade, bem-estar e autonomia.
Faz-se importante ento o estudo na temtica, e recomenda-se a elaborao de outros trabalhos utilizando o instrumento guia que elaborado baseando-se na teoria de Dorothea Orem e no processo de enfermagem, pois ele possibilitao enfermeiro a realizar uma consulta direcionada para os problemas que o paciente tem, a partir do momento que adquire a LM, e no seu processo de adaptao nova situao.
Acredita-se que os resultados desse estudo possam subsidiar o enfermeiro no que diz respeito ao planejamento de aes e as intervenes que ele far ao doente com LM a fim de promover o seu autocuidado, a partir da avaliao de sua capacidade, estimulando sempre o indivduo quanto ao seu autocuidado e favorecendo assim uma melhora no quadro do doente.
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Recibido: 2016-01-14.
Aprobado:
2016-05-23.
Rudhere Judson Fernandes. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Direccin electrnica: udheref@gmail.com
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